"Sentimentos de Pelúcia"


Os seres humanos nasceram e evoluíram, durante um longo tempo, em meio à natureza, onde desenvolveram determinados comportamentos e adaptações que contribuíram para sua sobrevivência. Como sabemos, o ser humano é a espécie que obteve maior sucesso na evolução devido diversos fatores, porém cometeu um, digamos, erro muito grave.

No decorrer do tempo, a humanidade desenvolveu tecnologias que lhe deu a oportunidade de desenvolver seu próprio ambiente, isolando-se, aos poucos, dos demais seres vivos. Como é o caso das primeiras formas de moradia (cavernas), que deram lugar às simples cabanas e, estas, por sua vez, aos primeiros vilarejos, com casinhas mais bem estruturadas feitas de madeira em sua maioria. Essa distância que passamos a ter para com a natureza, deu espaço para que a nossa vida em harmonia com todos os outros seres, desse lugar à um sentimento que provocou as primeiras formas de degradação ambiental: o medo.

Conta a lenda, que, no outono de 1902, Theodore Roosevelt (ex presidente dos Estados Unidos) estava entediado, em sua casa de férias, no Mississipi, quando resolveu ir à floresta, junto com seus companheiros caçar ursos para se divertir. No primeiro dia, não encontraram nada para caçar, então o presidente resolveu voltar para sua casa. No dia seguinte, seus companheiros retornaram à floresta, para continuar a busca, quando finalmente, um deles encontrou um urso fêmea, feriu sua cabeça com a coronha da espingarda e amarrou-a numa árvore. Logo em seguida, foi chamar Roosevelt para ter a honra de matar aquela ursa. Quando ele chegou com sua espingarda, viu-a amarrada na árvore, machucada e debilitada, e sentiu compaixão do animal, recusando-se a matá-lo.



Foi a partir daí que surgiu o ursinho de pelúcia (ou "Teddy Bear", que remete-se ao apelido do presidente).

Esta caricatura, que representa o episódio entre Roosevelt e o urso fêmea, é a melhor forma de entender a relação entre nós e os demais seres vivos, com os quais compartilhamos este mundo. Nós caçamos, matamos em grandes quantidades os animais que, antes, nos causavam medo, pelo fato de serem "ferozes" e "intrusos", como o urso fêmea de Roosevelt, no ambiente em que vivemos, mas após a urbanização, quando nos isolamos totalmente dos seres que convivem conosco neste mundo, nos sentimos protegidos, perdemos este medo, e conseguimos enxergar o que estávamos fazendo, sentindo compaixão ao vermos determinada espécie ameaçada de extinção.

É assim que tem sido nossa convivência com a natureza. Nos isolamos da mesma, mas ainda dependemos totalmente dos seus recursos. Então tiramos tudo o que queremos até que esta não seja mais capaz de se recuperar sozinha. Quando percebemos o erro, passamos a buscar medidas para recuperá-la. De forma resumida, nós colocamos as mãos na natureza, fazemos alterações e não conseguimos mais nos afastar.

Para finalizar, quero deixar a seguinte mensagem: não adianta enchermos nossas mentes de conhecimentos, lermos inúmeros livros relacionados à ecologia, sem que tenhamos bons sentimentos pela natureza. O nosso sentimento pode definir a sobrevivência dos seres ao nossos redor, e a nossa também. É isso que nos faz verdeiros ecologistas.
             

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