De todos os produtos já produzidos pelo homem, o plástico é o mais consumido por toda a população mundial. É um hábito muito antigo e, até hoje, comum o uso do plástico como recipiente para quase todos os alimentos, inclusive, que nutrem os bebês. Porém, estamos correndo um grande risco devido ao seu uso incorreto que, felizmente (ou não), não tanto por culpa nossa, mas pelos seus fabricantes.
O problema não está necessariamente no seu uso e, sim, na sua composição. A matéria-prima do plástico é o petróleo, um recurso não renovável e, na maioria das vezes, importado. Além disso, o plástico, apesar de ser flexível, prático e relativamente inquebrável, ocupa muito espaço no meio ambiente, exigindo maiores aterros para manter nosso ambiente limpo. Certamente, afetará a nós seres humanos de forma indireta, pois gera grandes impactos ao ambiente em que vivemos.
Porém, há um problema ainda maior. E é exatamente este ao qual devemos dar mais atenção. Mas, antes de apresentá-los, iremos mostrar a rotulagem dos plásticos de acordo com cada tipo:
- Ou PETE (Polietileno Tereftalato Etileno):
- High Density Polyethylene, ou PEAD (Polietileno de Alta Densidade):
Usado em garrafas plásticas esbranquiçadas para leite e caneco para água, embalagens de água sanitária, detergentes e xampus e algumas sacolas plásticas.
- Polivinil Cloreto:
- Low Density Polyethylene ou PEBD (Polietileno de Baixa Densidade):
Usado em sacolas de supermercados, na maioria das embalagens de empacotamento de lojas e algumas garrafas.
- Poliestireno:
- Polipropileno:
- OUTROS, ou, usualmente, PC (Policarbonato):
Empregado na maioria das mamadeiras e em garrafões de água mineral, garrafinhas de hidratação de atletas, película plástica colocada internamente em todas as latas de conserva de alimentos, quaisquer usos de plástico muito claro e transparente (conhecido em inglês como Clean) como os últimos faróis dos carros mais luxuosos.
Novos plásticos vindos de fontes naturais como etanol, podem estar sendo rotulados como #7.
Destes tipos de plástico, devemos evitar, em especial, o PVC. O Polivinil, ou também conhecido apenas como Vinil (de onde vem o disco de vinil), gera impactos negativos, tanto ao meio ambiente, quanto à saúde humana principalmente durante a sua fabricação.
Na sua produção, os operários estão em contato com metais pesados, como o chumbo (responsável pela resistência do produto) e plastificantes (para dar flexibilidade). Estes componentes tóxicos põem em risco a exposição humana e o meio ambiente. Além disso, ocorre liberação de Dioxina (a substância mais tóxica já produzida pelo homem) no ar e na água, podendo contaminar os animais que entram em contato com a substância e atingir os animais do topo da cadeia alimentar, como o ser humano.
O malefício que está atrelado a todos os tipos de plástico é a lixiviação de uma substância química chamada BPA (Bisphenol A) ou BFA (Bisfenol A). Esta se desprende do plástico quando aquecido (no micro-ondas, por exemplo), ou quando o plástico está fisicamente danificado.
O BPA é bastante nocivo ao ser humano, devido a sua capacidade de alterar a atividade hormonal no nosso corpo, chegando a estimular certos cânceres. Dentre seus efeitos adversos, incluem:
• Início precoce da puberdade e do estímulo ao desenvolvimento da glândula mamária nas mulheres;
• Mudanças no comportamento específico dos gêneros;
• Mudanças nos hormônios, incluindo o decréscimo da testosterona;
• Aumento do tamanho da glândula da próstata;
• Decréscimo na produção de esperma e espermatozóides;
• Alteração da função imunológica;
• Efeitos comportamentais incluindo hiperatividade, aumento da agressividade, deficiência no aprendizado e outras mudanças de comportamento.
Estes efeitos, claro, variam de acordo com o nível da dose ingerida.
Caso não haja outra alternativa, utilize plásticos mais flexíveis e resistentes, como PETE, HDPE, LDPE e PP, pois liberam menos BPA.
Preocupado? Então daremos algumas dicas para que você possa prevenir da melhor forma possível os danos a sua saúde e ao meio ambiente decorridos do plástico.
1. Evite o uso de embalagens plásticas em microondas.
Em razão das moléculas químicas se liberarem dos plásticos quando aquecidos, é muito mais seguro não colocar alimentos e líquidos em embalagens plásticas no microondas. Em vez disso utilize recipientes de vidro ou cerâmico, logicamente que estes livres de tintas com metais pesados. Se, no entanto, for usar plástico, empregue somente aqueles que tiverem no rótulo a expressão “seguro para microondas”. Observe que esta expressão não significa que não há liberação de moléculas químicas. Evite utilizar para alimentos gordurosos já que há grande liberação destas moléculas em face da atração delas pela gordura. Ou seja, por serem lipossolúveis.
2. Tenha cuidado quanto a filmes plásticos, especialmente com relação ao seu uso no microondas.
Em vez disso use papel encerado ou papel toalha para cobrir os alimentos. Se tiver que utilizar plástico não permita que ele toque nos alimentos. Para alimentos que tenham sido embalados com filme plástico, tire uma fina camada onde o alimento tocou no plástico e re-embale em outras formas que não tenham PVC ou coloque num outro tipo de recipiente.
3. Use alternativas ao embalamento com plástico sempre que possível.
Utilize recipientes que possam ser reaproveitados para a mesma função junto a locais onde haja processos cooperativos. Leve suas próprias embalagens para os locais onde irá comprar alimentos prontos. Leve sacolas recicladas ou caixas de papelão quando for ao açougue para comprar carnes e similares.
4. Evite água engarrafada em plástico a não ser que esteja viajando ou que viva em um local onde a qualidade da água seja questionável.
A água engarrafada, em razão de o controle ser mais precário, há mais dúvidas quanto a sua pureza e segurança do que a água encanada. Uma alternativa é procurar garrafas plásticas de novas resinas plásticas biodegradáveis (CUIDADO com estes conceitos de “biodegradável”. No Brasil estão surgindo estes tipos de discursos de materiais que não são nada diferentes dos antigos.)
5. Mamadeiras infantis: Utilize alternativas às mamadeiras infantis de policarbonato e os copos com biqueira.
Sabendo que o BPA lixivia e do real risco sobre a saúde de nossas crianças, você deve estar surpreso em saber de que a maioria das mamadeiras e dos copos infantis é feita com policarbonato. Felizmente (infelizmente esta afirmativa é nos EUA e não no Brasil) existem alternativas, como mamadeiras de vidro, polietileno e polipropileno. Aquelas feitas de material flexível ou de plástico leitoso não contêm policarbonato. Usualmente as mamadeiras não têm rótulos, assim se tiver alguma pergunta sobre o plástico empregado, liga para o número do telefone do SAC da indústria.
6. Minimizar a lixiviação do BPA da mamadeira de policarbonato.
Se você não pode evitar a mamadeira de policarbonato – por exemplo, se é só esta mamadeira que seu filho aceita – então segue esta dicas:
• Descarte as mamadeiras e os copos infantis velhos e lascados. Plásticos que mostram sinais de desgaste – assim como arranhões e aparência turva e rachada – mais rapidamente libera estas substâncias químicas. Arranhaduras também acumulam bactérias.
• Aquecer alimentos e bebidas fora dos plásticos e, então, transferi-los para este tipo de recipiente somente depois de terem esfriado o suficiente para comer ou beber.
7. Outras alternativas:
Escolhendo plásticos mais seguros e limitando o lixo plástico, você estará deixando um ambiente mais saudável e limpo para seus filhos, além de evitar estas exposições tóxicas desnecessárias. Poderá, paralelamente, apoiar, tanto indústrias, como políticas públicas que promovam o emprego de resinas plásticas mais seguras. Como por exemplo:
• Contatando os fabricantes de mamadeiras e questionando-os do por que não substituem o policarbonato nas mamadeiras por alternativas mais seguras.
• Evitando comprar produtos feitos com PVC, usado em recipientes plásticos, em materiais de construção e elétricos, brinquedos, (cortina de box, toalhas de mesa, todos os sapatos da Grendene) e outros produtos de consumo;
• Comprar bio-plásticos alternativos (cuidado para não ser ludibriado pela mídia), se houver.
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